Mulheres apresentam propostas para novo modelo de segurança pública
Qua, 26 de Agosto de 2009
Uma em cada seis mulheres no mundo sofre violência doméstica. O dado da Organização Mundial de Saúde (OMS) inclui o drama vivido por milhares de brasileiras. Conhecer melhor essa realidade e ouvir propostas para reverter esse quadro foi objetivo da série "Mulheres: Diálogos sobre segurança pública", que reuniu 213 mulheres, de diferentes ocupações e classes sociais, em sete encontros realizados este ano pelo país.
A diversidade deste debate resultou na produção de um vídeo, um livro e uma exposição fotográfica. Os três produtos foram divulgados na manhã desta quarta-feira (26), na sede do Ministério da Justiça, pela ministra Nilcéia Freire, da Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM) da Presidência da República - órgão que conduziu a iniciativa. Os resultados serão apresentados durante a 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública (Conseg), que começa amanhã (27), em Brasília.
"Estes encontros serviram para as mulheres discutirem a violência que acontece nas grandes cidades e também na intimidade dos seus lares. Esses diálogos são uma contribuição das mulheres organizadas para a 1ª Conseg", ressaltou a ministra, acrescentando que a SPM pretende "amplificar os diálogos" e intensificar o debate sobre segurança pública com o público feminino após a Conferência.
Presente na solenidade, o secretário Nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri, avalia que as mulheres têm muito a ensinar a sociedade sobre a humanização das relações. "As mulheres tem uma longa história de sofrimentos e lutas. Seus saberes acumulados são fundamentais. A segurança pública não trabalha apenas com coisas e processos, mas principalmente com pessoas", disse.
Compartilhando desse ponto de vista, a coordenadora geral da 1ª Conseg, Regina Miki, destacou que durante muito tempo predominou no Brasil a ideia de que segurança pública é assunto de polícia. Na avaliação de Miki, essa compreensão acabou afastando as mulheres deste debate. "Mais do que vítimas de violências, as mulheres são grandes guerreiras e multiplicadoras da cultura de paz", ressaltou.
Os "Diálogos" promovidos pela SPM integraram as etapas preparatórias da 1ª Conseg na modalidade de "conferências livres". As propostas apresentadas nesses eventos foram incluídas no Caderno de Propostas que será votado pelos 2.097 participantes com poder deliberativo na etapa nacional da Conferência, que prossegue até domingo (30), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
Representatividade - Desde a sua concepção, a 1ª Conseg preocupou-se em fixar normas de participação que assegurassem um debate plural. Uma das regras utilizadas foi o sistema da reserva de gênero nas conferências municipais e estaduais eletivas - uma forma de equilibrar a eleição tanto de homens quanto de mulheres para participar do evento nacional em Brasília.
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