Nadadora Joana Maranhão encoraja capixabas a denunciarem abuso sexual
10/12/2009 - 13h16 (Letícia Cardoso - Redação Gazeta Rádios e Internet)
10/12/2009 - 13h16 (Letícia Cardoso - Redação Gazeta Rádios e Internet)
A nadadora Joana Maranhão, de 22 anos, participou de uma audiência pública sobre pedofilia na manhã desta quinta-feira (10), em Vitória. A atleta, que no ano passado denunciou ter sido abusada sexualmente pelo ex técnico quando tinha nove anos de idade, disse que o objetivo dela não é apenas contar sua história, mas sim encorajar todas as pessoas a denunciarem o pedófilo e superar o trauma.
"O mais importante agora depois de eu ter conseguido digerir o meu problema e meus traumas é tentar ajudar aqueles que ainda não conseguiram. Acho que eu não vou contribuir mais contando apenas minha história. O mais importante agora é evitar que aconteça com outras crianças o que aconteceu comigo. E no caso de não seja possível evitar, que dê um suporte a essa criança e punir o pedófilo. Eu não quero que as pessoas sintam pena de mim. Quero que elas me vejam como exemplo de pessoa que passou por isso e que conseguiu superar", disse.
Foi a primeira audiência pública que Joana Maranhão participa sobre o assunto. Ela foi convidada pela CPI da Pedofilia que aprovou na Comissão a Lei 'Joana Maranhão'. O projeto autoriza o Ministério Público denunciar qualquer tipo de suspeita de pedofilia, mesmo contra o consentimento da família da vítima. Outro dispositivo da lei dá direito a vítima de denunciar o pedófilo, mesmo ela já ter completado a maior de idade. Na próxima semana ela segue para o Senado.
De acordo com a delegada adjunta da Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente, Fabiane Alves Coutinho, de janeiro a novembro deste ano já foram registrados 280 casos de abusos sexual contra menores na delegacia. No ano passado a DPCA contabilizou 197 casos. A delegada salienta que com a divulgação destes crimes e a prisão dos acusados as pessoas estão tendo mais coragem em denunciar.
"Hoje a gente já percebe que as famílias estão procurando a delegacia antes do crime ser desvendado. As vezes há uma suspeita e ela procura a ajuda policial para tratar da questão. O aumento de casos registrados este ano não quer dizer que o crime em si aumentou. O que aumentou foi a coragem das pessoas em denunciarem", contou.
Ainda de acordo com dados da Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente, dos 280 casos registrados este ano, 163 foram contra crianças de 0 a 11 anos e 117 contra adolescentes de 12 aos 17 anos. Quanto a identidade dos pedófilos, 18 deles eram desconhecidos e 262 eram pessoas conhecidas e próximas das vítimas. A audiência pública foi realizada na Assembleia Legislativa e reunião o presidente da CPI da Pedofilia, senador Magno Malta, e representantes da sociedade na manhã desta quinta-feira.
Fonte: Gazeta OnLine
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