terça-feira, 30 de março de 2010

Mulheres, polícia e mídia: a morte deve ser anunciada?

“A confirmação de que a mulher (Ana Carolina Menezes Assunção, 27 anos) foi vítima de um assassino em série parece não ter surpreendido William Chaves Pereira (30 anos). Ele disse que já havia esse comentário no bairro após os assassinatos de outras mulheres na região” (O Tempo, 04/02/2010).
Tenho levantado aqui e acolá certo debate com poucos amigos acerca das condições objetivas das mulheres. Venho colecionando críticas e acordos. Apesar de feliz, em certos momentos cheguei mesmo a pensar em não discutir mais a temática, haja vista que muitos têm atuado nessa empreitada e com muito mais respaldo institucional e intelectual do que eu. Contudo, há certos fenômenos que não podem passar despercebidos. Acontecimentos que, longe da crítica, parecem “estar tudo bem”, Mas, definitivamente, não estão. E, por mais que as autoridades tentem explicar com eufemismos e falas bonitas, a questão é muito séria. Muito séria mesmo e estou me referindo as recentes notícias sobre os crimes sexuais que vem acontecendo em Contagem e Belo Horizonte.
No dia 02 de fevereiro do presente ano poucos não foram surpreendidos com o chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, Marco Antônio Monteiro de Castro e o delegado da Divisão de Homicídios do Barreiro, Frederico Razzo Lopes Abelha, comentando em rede nacional a ação de um assassino no Bairro Industrial, na cidade de Contagem e no Barreiro, bairro da cidade de Belo Horizonte. O meliante, a princípio, estaria associado a três homicídios por estrangulamento, todos ocorridos no ano passado (2009).
O pessoal da polícia acredita que pode ser mais do que três mulheres, mas por enquanto eles apontam o assassinato de Ana Carolina Assunção, 27 anos, empresária que foi em abril de 2009 estrangulada no banco traseiro do seu carro com sinais de violência sexual. O ato foi tão cruel que o filho dela - uma criança de 1 ano - foi encontrado adormecido sobre o seu corpo. O segundo caso é o da empresária Maria Helena Aguilar, 48 anos, encontrada morta em setembro de 2009. O terceiro é o da contadora Edna Cordeiro, 35 anos, encontrada nas mesmas condições em novembro de 2009. Como se não bastasse, o recalcitrante tratou não somente de matar, mas com requintes de crueldade violentou as mulheres. Numa clara ação sem controle, ainda deixou o esperma no corpo das vítimas. Algo está muito errado em tudo isso: a Polícia Civil informa que não poderia ter avisado antes a população sob pena de causar pânico e transtornos nos locais que foram encontradas as vítimas. O jornal O Tempo (03/02/2009) chegou mesmo a declarar que a Polícia Civil pediu a não veiculação das informações em janeiro de 2010. Não é preciso ir longe para saber que a Polícia Civil há muito já tinha conhecimento do ocorrido. E no Barreiro, local no qual morava uma das vítimas, muitos já falavam desses acontecimentos. De duas uma: ou (1) a polícia, na tentativa de fazer o seu trabalho, preferiu omitir os fatos e ganhar tempo para prender o meliante ou (2) a questão foi tratada com menos seriedade que merece, sem muita atenção e cuidado. Por lógica, não faz sentido a questão de “não causar pânico na população”, haja vista que até as recentes pesquisas do CNT/Sensus (2010) informam que um dos problemas que mais incomodam o brasileiro é a violência/criminalidade (22,9%), mesmo com a onda de queda dos índices nos últimos anos e as notícias de novas formas de policiamento e técnicas de segurança pública.
Desculpe-me as autoridades, mas é difícil convencer alguém para não sentir medo em tais condições. A cultura do medo já está disseminada desde a década de 80. Há pouco tempo, a Revista Veja tratou de mostrar o que acontece em Minas Gerais no campo da segurança pública. Não é possível que numa análise do geoprocessamento nenhum policial se atentou para a possibilidade da ação em série de um estuprador que, por ignorância, ainda deixou o esperma na vítima. Mais que isso, há tempos a SEDES (Secretaria de Estado de Defesa Social) vem trabalhando e revelando aos quatro cantos do planeta o trabalho das AISPs (Áreas Integradas de Segurança Pública), um projeto ambicioso, no qual, na mesma região trabalham a Polícia Civil e a Policia Militar. Ao comandante da Polícia Militar e ao delegado responsável pela área são cobradas metas diante de autoridades responsáveis pela segurança reunidas no modelo IGESP (Integração da Gestão em Segurança Pública), mais ou menos o COMPSTAT norte-americano. Novamente de duas, uma: (1) ou as reuniões não têm nenhuma serventia e são feitas para mostrar informações desejáveis ao secretário de segurança, ou (2) a polícia errou em não perceber e verificar inteligentemente a “onda” de estupros, desaparecimentos e homicídios no local, denominado zona quente de criminalidade. Somente agora, depois do esperma é que as autoridades resolveram colocar a boca no trombone. E não para por aí, a questão fica mais complexa quando existe a suspeita de que uma morte e um desaparecimento podem estar associados aos casos já mencionados. O primeiro é o caso da comerciante Adina Feitor Porto, 34 anos, a qual foi atacada em 27 de janeiro de 2009, no bairro Lindeia na região do Barreiro. O segundo é do desaparecimento da estudante de direito da PUC Betim, Natália Cristina de Almeida Paiva, 27 anos, desaparecida desde outubro de 2009. Em ambos foram encontrados somente os carros das vítimas. Não é preciso ser criminólogo para perceber que existe um padrão de comportamento e uma política de segurança baseada no silêncio da mídia e das autoridades. É neste sentido que seria pedir muito não ter medo. Penso até diferente, é bom que ele exista e que a população passe a cobrar da SEDES a efetiva eficiência dos programas e projetos pró-segurança. Creio ser de suma importância o funcionamento deles: que mais viaturas passem a fazer rondas nos locais, que a rede de “vizinhos protegidos” tenha fundamento, que o Sistema Integrado de Defesa Social realmente seja integrado e que a filosofia da “Polícia Comunitária” não passe de projetos e sonhos. Não é possível que diante de tantos e tantos projetos ainda exista espaço para crimes dessa natureza e que eles, por conseqüência, ainda fiquem sem punição.
Em entrevista aos jornais, as autoridades da Polícia Civil e da Polícia Militar têm confirmado um retrato-falado do suspeito elaborado a partir de informações de uma testemunha. A Polícia Militar colocou a PM2 em ação e está monitorando os suspeitos por 24 horas, o mesmo fez a PC com seus agentes. Nessa clara confusão de cabeças batidas, uma especialista foi convidada para ajudar nas investigações. Todo esforço é válido, todavia é curioso que em meio a tantos projetos não exista pessoas gabaritadas na Polícia Civil ou mesmo a Polícia Militar para atuar em casos como esses.
Um ponto positivo está sendo a uso do DNA, pois um suspeito está nas mãos do Estado que se esforça por cruzar o DNA do meliante com os casos mencionados. É bom ver esse tipo de trabalho, mas ele apareceu somente depois do registro da proximidade dos acontecimentos com as vítimas. A pergunta mais ingênua: “não era possível detectar tais casos pelo famigerado geoprocessamento?”, “não foram discutidos tais casos nas reuniões de integração da polícia onde coronéis, majores e delegados cobram metas? Por que não se tornou uma meta verificar a ocorrência dos estupros e desaparecimentos? Alguém resolveu não dizer nada para não causar pânico ou porque se tratava de mulheres mortas em um bairro não tão nobre da capital ou de Contagem?
Muitas interrogações que a mídia e a “sociedade organizada” sequer pensaram em fazer. Provavelmente porque, em primeiro, há muito a “sociedade organizada” realmente está segura entre muros e câmeras e, em segundo, é sabido que a mídia, na maioria dos casos, é pautada pela própria polícia. No momento, as autoridades estão a declarar que após a prisão do suspeito, “nenhum outro caso de abuso sexual foi registrado na região”. Ainda bem: não deveria ter nenhum caso com ou sem a prisão do predador. O Brasil é isso: primeiro acontecem os fatos, depois vem as discussões e contam-se os corpos, principalmente no campo minado da segurança pública. Por outro lado, se a polícia estiver errada na prisão do suspeito - e espero sinceramente que não esteja - é óbvio que o predador está à solta esperando a poeira baixar. Este é um caso de relações humanas nas quais o criminoso atua na oportunidade e isto requer tempo e paciência. Uma política de segurança assentada na prevenção se faz urgentemente necessária e obrigatória naquelas localidades.
É um truísmo repetir que a população não pode ficar refém da iminência e ação de um criminoso. E não é aceitável que em pleno Estado de Direito ainda tenhamos a capacidade de esconder informações e não revelar à população o que anda acontecendo. Não vou discutir se deve ou não causar pânico casos mencionados na TV ou nos jornais. O que vale é perguntar que pânico é esse. Em que medida alguém pode afirmar ou confirmar com legitimidade que deixar a mídia mostrar tais eventos uma anomia poderemos ter. Em Minas Gerais tudo é “confidencial”, “pode atrapalhar as investigações” ou “é coisa de segredo de Estado”, como se em uma guerra estivéssemos. Solicitar informação aos órgãos de segurança de Minas Gerais requer força de vontade para enfrentar uma burocracia sem limites. Estamos longe de ver muitas das informações estampados na internet ou nos jornais. Não sei o porquê, mas Otto Lara Resende (1902-1992), um jornalista mineiro de São João Del-Rei, disse que o “o mineiro só é solidário no câncer”. Não exagero ao afirmar que “nem no câncer”, pois acontecimentos sérios como os que estão ocorrendo no Barreiro e Contagem não pararam de saltar nas bocas miúdas e a população ainda se cala na cordialidade ao invés de estar ajudando e usando os próprios aparelhos da segurança pública como o “Disque Denúncia” (181) ou o “190”. Podem culpar o descrédito que a polícia tem com boa parte da população, mas não vejo outra forma se não continuar confiando nela e torcendo para que a prevenção passe a funcionar. É necessário que o dinheiro público alocado em projetos de segurança dê resultados. Finalmente, gostaria de sugerir um novo projeto, na esteira do “Fica Vivo”. Nada de novo, somente uma espécie de “Fica Vivo para Mulheres - FVM”. Um projetinho pequeno para atender mulheres violentadas, estupradas, espancadas, parentes de desaparecidos, vítimas de predadores sociais e todas àquelas que temem por sua vida e dos seus. O fato é simples, é porque tenho mulheres em minha vida e amo tanto elas quanto à todas que se deram o trabalho de ler o meu texto.
Lúcio Alves de Barros – mestre em sociologia e doutor em Ciências Humanas pela UFMG. Organizador do livro, “Mulher, política e sociedade”. Brumadinho/Belo Horizonte: Ed. ASA, 2009.
Fonte: Fórum Brasileiro de Segurança Pública

domingo, 28 de março de 2010

Jovem é preso após abusar de mulher na Grande BH

Thiago Ventura - Portal Uai
Um homem foi preso na manhã deste domingo suspeito de estupro em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com a Polícia Militar, o suspeito abusou de uma mulher de 24 anos e assediou outras duas mulheres, uma delas de 16 anos. Ele foi capturado na avenida João César de Oliveira, no bairro Novo Eldorado.
Romário Silva Henrique, de 21 anos, teria abordado a vítima por volta das 6h10. Ele portava uma pedra na região da cintura e ameaçou a vítima dizendo que estava armado. A mulher cerca de 40 minutos sob poder do criminoso, que não aõ conseguiu manter relações sexuais com ela. No entanto, forçou a vítima a beijá-lo e acariciou partes íntimas da mulher.
A vítima acionou a polícia que iniciou rastreamento do suspeito. Após libertá-la, Romário ainda abordou outras duas mulheres na região do Novo Eldorado. Um militar à paisana desconfiou das atitudes do homem, ao passar pela avenida João César de Oliveira, e solicitou reforço. Militares do 39º batalhão foram até o local e prenderam o suspeito. Ele confessou o abuso e foi autuado por estupro. Romário foi conduzido à 6ª Seccional da Polícia Civil, onde a ocorrência foi registrada.
Fonte: Portal Uai

segunda-feira, 8 de março de 2010

Parabéns pelo Dia Internacional das Mulheres













A 100 anos, 8 de março de 1910, a ONU cria o Dia Internacional das Mulheres em consequência a uma manifestação de operárias que deu início a luta pelos direitos das mulheres em 1857. Durante esse período grandes foram as conquistas das mulheres por dignidade, respeito, oportunidade de trabalho, direitos sociais e especialmente poder se levantar contra a opressão da violência, em especial a doméstica.

Este blog vem parabenizar cada mulher por esse dia tão importante, e insintimos em levantar mais alta a bandeira da não-violência, do respeito, do reconhecimento da mulher como ser humano que tem direito a oportunidades, proteção, de não viver para servir sob a opressão e de ser feliz longe qualquer discriminação e preconceito.

André Silva

Dia Internacional da Mulher

O Dia Internacional da Mulher, celebrado em a 8 de Março tem origem nas manifestações femininas por melhores condições de trabalho e direito de voto, no início do século XX, na Europa e nos Estados Unidos. A data foi adoptada pelas Nações Unidas, em 1975, para lembrar tanto as conquistas sociais, políticas e económicas das mulheres como as discriminações e as violências a que muitas mulheres ainda estão sujeitas em todo o mundo.

Desde então, a data também tem sido utilizada para fins meramente comerciais, perdendo-se parcialmente o significado original.
Origem
A ideia da existência de um dia internacional da mulher foi proposta na virada do século XX, no contexto da Segunda Revolução Industrial, quando ocorre a incorporação da mão-de-obra feminina em massa, na indústria. As condições de trabalho, frequentemente insalubres e perigosas, eram motivo de frequentes protestos por parte dos trabalhadores. As operárias em fábricas de vestuário e indústria têxtil foram protagonistas de um desses protestos contra as más condições de trabalho e os baixos salários, em 8 de Março de 1857, em Nova Iorque.
Muitos outros protestos ocorreram nos anos seguintes, destacando-se o de 1908, quando 15.000 mulheres marcharam sobre a cidade de Nova Iorque, exigindo a redução de horário, melhores salários e direito ao voto.

O primeiro Dia Internacional da Mulher foi celebrado em 28 de Fevereiro de 1909 nos Estados Unidos da América, por iniciativa do Partido Socialista da América.

Em 1910, ocorreu a primeira conferência internacional de mulheres, em Copenhaga, dirigida pela Internacional Socialista, quando foi aprovada proposta da socialista alemã Clara Zetkin, de instituição de um dia internacional da Mulher, embora nenhuma data tivesse sido especificada. No ano seguinte, o Dia Internacional da Mulher foi celebrado a 19 de Março, por mais de um milhão de pessoas, na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça.
Poucos dias depois, a 25 de Março de 1911, um incêndio na fábrica da Triangle Shirtwaist mataria 146 trabalhadores - a maioria costureiras. O número elevado de mortes foi atribuído às más condições de segurança do edifício. Este foi considerado como o pior incêndio da história de Nova Iorque, até 11 de setembro de 2001. Para Eva Blay, é provável que a morte das trabalhadoras da Triangle se tenha incorporado ao imaginário coletivo como sendo o fato que deu origem ao Dia Internacional da Mulher.

Na Rússia, as comemorações do Dia Internacional da Mulher foram o estopim da Revolução russa de 1917. Em 8 de março de 1917 (23 de fevereiro pelo calendário juliano), a greve das operárias da indústria têxtil contra a fome, contra o czar Nicolau II e contra a participação do país na Primeira Guerra Mundial precipitou os acontecimentos que resultaram na Revolução de Fevereiro. Leon Trotsky assim registrou o evento: “Em 23 de fevereiro (8 de março no calendário gregoriano) estavam planejadas ações revolucionárias. Pela manhã, a despeito das diretivas, as operárias têxteis deixaram o trabalho de várias fábricas e enviaram delegadas para solicitarem sustentação da greve. Todas saíram às ruas e a greve foi de massas. Mas não imaginávamos que este ‘dia das mulheres’ viria a inaugurar a revolução”.
Após a Revolução de Outubro, a feminista bolchevique Alexandra Kollontai persuadiu Lenin para torná-lo num dia oficial que, durante o período soviético permaneceu numa celebração da "heróica mulher trabalhadora". No entanto, o feriado rapidamente perderia a vertente política e tornar-se-ia numa ocasião em que os homens manifestavam a simpatia ou amor pelas mulheres da vida —; uma mistura das festas ocidentais do Dia das Mães e do Dia dos Namorados, com ofertas de prendas e flores dos homens às mulheres. O dia permanece como feriado oficial na Rússia, bem como na Bielorrússia, Macedónia, Moldávia e Ucrânia).

Quando a Tchecoslováquia integrava o Bloco Soviético (1948 - 1989), esta celebração foi apoiada pelo Partido Comunista da Tchecoslováquia, e foi gradualmente transformando-se em paródia. O MDŽ (Mezinárodní den žen, "Dia Internacional da Mulher" em checo) era então usado como instrumento de propaganda do partido, que esperava assim convencer as mulheres de que considerava as necessidades ao formular políticas sociais. Durante as últimas décadas, o MDŽ acabou por se tornar uma paródia de si próprio. A cada dia 8 de março, as mulheres ganhavam uma flor ou um presentinho do chefe. Assim, o propósito original da celebração perdeu-se completamente. A celebração ritualística do partido no Dia Internacional da Mulher tornou-se estereotipada e era mesmo ridicularizada pelo cinema e pela televisão, na antiga Checoslováquia. Após o colapso da União Soviética, o MDŽ foi rapidamente abandonado como mais um símbolo ridicularizado do antigo regime.

No Ocidente, o Dia Internacional da Mulher foi comemorado durante as décadas de 1910 e 1920, mas esmoreceu, sendo revitalizado pelo movimento feminista da década de 1960.

1975 foi designado como o Ano Internacional da Mulher,
Fonte:Wikipedia

Caso de Ana Carolina - Delegado entrega inquérito e pede prisão preventiva do maníaco

Elaine Pereira - Portal Uai
Homicídio triplamente qualificado, estupro e furto. Estes são os crimes pelos quais Marcos Antunes Trigueiro, o serial killer de Contagem, será indiciado. Todos estão descritos no inquérito entregue na tarde desta segunda ao Tribunal do Júri, no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte, pelo delegado Frederico Abelha. O documento é a conclusão da investigação da morte de Ana Carolina Assunção, de 27 anos, assassinada no dia 16 de abril de 2009, em um lote vago no bairro Alto dos Pinheiros, na frente do filho de um ano.
No inquérito, o delegado reúne todas as provas contra o maníaco, entre elas a identificação do sêmen no corpo da vítima e o celular recuperado, que tinha sido vendido.
Só com os qualificadores de homicídio - motivo torpe, uso de asfixia e meio que impossibilita a defesa da vítima - a pena de Marcos Trigueiro pode chegar a 30 anos de prisão. O maníaco é assassino confesso de cinco mulheres e está sendo investigado por outros crimes.
Mais de 50 pessoas foram ouvidas durante a investigação. O inquérito tem 400 páginas e foi concluído depois de 11 meses. Anexo ao documento foi encaminhado um pedido para que a justiça converta a prisão temporária do indiciado em prisão preventiva.
(com informações de Daniela Vargas/TV Alterosa)
Fonte: Portal Uai

sexta-feira, 5 de março de 2010

André Silva/Artigo - Mulher, denuncie seu agressor!!

Nos dois primeiros meses de 2010 o Disque Direitos Humanos de Minas Gerais registrou um aumento de 150%, em relação aos dois primeiros meses de 2009, nas denúncias de violência contra a mulher. Segundo a matéria veiculada no Portal Uai do dia 04/03/10, esse disque denúncia tem sido usado com mais frequência pelas mulheres, especialmente após a iniciativa do governo mineiro de se empenhar na luta contra toda forma de violência contra a mulher lançando em 2008, a Campanha “Fala Mulher”.
Segundo o site da Anistia Internacional, em fevereiro três mulheres na Malásia foram açoitadas dentro da prisão com varas como castigo por terem cometido adultério. No Yemen, segundo um relatório também da Anistia Internacional do dia 25 de novembro de 2009, as mulheres sofrem sistemáticamente violência doméstica e descriminação. O relatório acusa as leis yemenses e a prática tribal local de considerar a mulher como segundo plano.
No mundo centenas de mulheres são vítimas das diversas formas de violência de gênero. Violências que vão da agressão psicológica à queimaduras com ácido, como acontece nas regiões tribais do Paquistão. Essa violência não se limita a níveis de escolaridade, níveis sociais, a países pobres, em desenvolvimento ou desenvolvidos. É uma violência, que como um câncer, está e todos os lugares.
O aumento de 150% nas denúncias de violência contra a mulher em Minas Gerais se deve especialmente à campanha “Fala Mulher”. Acredita-se que em reação à campanha veiculada e a confiança que a rede de proteção à mulher tem conquistado, as mulheres estão denunciando as agressões com confiança e esperança de uma solução. Devido às leis islamicas da sharia e os costumes tribais, as mulheres da Malásia e do Yemen não tem a oportunidade que a mulher brasileira, não somente a mineira, hoje possui de denunciar e se refugiar em estruturas estaduais e não-governamentais em busca de um fim para a violência que sofrem.
É bem certo que muito há o que se fazer para atender as regiões distantes do país, para prevenir a agressão, para impedir que o agressor cumpra as ameaças, mas nada comparado ao que as yemenses e malasianas estão sofrendo nesse momento. Para que a lei seja experimentada, para que possa haver mudanças e melhorias na luta contra toda a forma de violência contra a mulher, as brasileiras tem que denunciar seus agressores. Há que se estimular a consciência da não-tolarância a esse tipo de violência.
A violência doméstica, especialmente, é um ciclo que deve ser quebrado pela mundança de comportamento gerada pela mudança de pensamento. A mudança do olhar do homem-agressor sobre a mulher deve ser estimulada de forma a evitar a violência como opção na resolução de conflitos conjugais. O álcool e as drogas são, em certos agressores, tecla de acionamento dessa violência direcionada a mulher. Há muito o que se fazer mas se não houver a denúncia para que o Estado seja acionado haverá poucos avanços e o medo, a violência e a impunidade dos agressores ainda estarão presentes na vida de centenas de mulheres.
André Silva

Vitória/ES - Estuprador se passa por agente da dengue para atacar mulheres


Amanda Monteiro - Da Redação Multimídia


Fingindo ser um agente de combate à dengue, um estuprador entrou na casa de duas mulheres, as rendeu, as violentou e ainda roubou pertences do local.


Na segunda-feira (01), ele entrou no apartamento de uma mulher, no Centro de Vitória, por volta das 11 horas. O prédio não tinha porteiro. Ele estava vestido com calça jeans e camiseta branca, usava uma bolsa de lado e um crachá. Disse que era um agente de combate à dengue e pediu para olhar a tabela onde fica marcada a última visita.


No cômodo, rendeu a moradora - que estava sozinha em casa - e a ameaçou com uma tesoura. Vendou os olhos dela e prendeu a boca da vítima com uma blusa. Deixou a mulher deitada em um colchão. Em seguida percorreu os cômodos do apartamento e selecionou o que iria roubar: um notebook, uma máquina fotográfica, R$ 150 em dinheiro e algumas joias. Logo depois, estuprou a moradora mais de uma vez, além de obrigá-la a praticar sexo oral.


Depois de quatro horas e meia, ele trancou a vítima dentro da casa e foi embora em silêncio. Quando ela percebeu que ele não estava mais lá, gritou por socorro. A polícia precisou arrombar a porta do apartamento.


No local, o estuprador deixou uma carteira com documentos de duas vítimas. Ele furtou quatro carteiras de médicos residentes, pela manhã, no Hospital Santa Casa de Misericórdia, em Vitória.


As câmeras do circuito de segurança registraram a imagem do criminoso, possibilitando que o estuprador fosse reconhecido pelas vítimas.


Na quarta-feira (03), o estuprador agiu novamente, da mesma forma como no Centro, mas dessa vez em Jardim da Penha, Vitória. Também em um prédio que não tinha porteiro, se passando por agente.


Ele é moreno escuro, forte, tem um sotaque mineiro, aproximadamente 1,75 metros, cabelos pretos e crespos, aparenta ter entre 30 e 35 anos. Quem tiver alguma informação, pode ligar anonimamente para Disque-Denúncia 181.


Identifique o agente da dengue


A Prefeitura de Vitória destaca que todos os agentes de combate à dengue que atuam no município trabalham uniformizados e portam um crachá de identificação da Secretaria Municipal de Saúde (Semus), com foto. Os uniformes possuem símbolos da prefeitura. A orientação da Prefeitura de Vitória é que o morador observe se o agente está uniformizado adequadamente e exija sua identificação. Em caso de dúvida, ligue para o telefone 3215-2257.


Agentes de combate á dengue


- Camisa bege, com mangas azul escuro e símbolo da prefeitura


- Crachá na vertical, com foto, nome e demais especificações


Agentes de controle de zoonoses


- Camisa verde claro, com símbolo da prefeitura


- Crachá na vertical, com foto, nome e demais especificações


Fonte: Gazeta on Line

Denúncias de crimes contra mulheres crescem 150%

Às vésperas do Dia Internacional da Mulher, os números do serviço de denúncia Disque Direitos Humanos mostram que mulheres vítimas de agressões, maus-tratos, ameaças, estupro e assédio sexual estão recorrendo cada dia mais ao 0800-0311119, do Governo de Minas. O serviço, que é gratuito e preserva a identidade do denunciante, recebeu, nos dois primeiros meses de 2010, 20 denúncias. Isso representa um crescimento de 150%, quando comparado com as oito denúncias feitas em igual período de 2009. Ao longo de 2009, 102 ligações de crimes contra mulheres foram recebidas. Aumento de 149%, diante das 41 denúncias feitas em 2008.
O Disque Direitos Humanos tem se tornado aliado das mulheres mineiras nos últimos anos, especialmente a partir de 2008, quando o Governo de Minas lançou a Campanha Fala Mulher. Mensagens veiculadas nas diversas emissoras de rádio de Minas incentivavam as mulheres a denunciarem agressões usando o serviço gratuito. A campanha foi veiculada durante o mês de outubro de 2008 e será relançada este ano.A subsecretária de Direitos Humanos da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), Maria Céres Pimenta, diz que três fatores são decisivos para esse crescimento. “Percebemos o aumento das denúncias por três motivos: o Disque tem se tornado um instrumento cada vez mais conhecido em todo o Estado; as pessoas têm mais consciência da importância da denúncia e elas confiam na possibilidade de responsabilização do agressor”, explicou.
Criado em 2000, O Disque Direitos Humanos é mantido 100% com recursos do Tesouro Estadual e faz atendimento telefônico e monitoramento de denúncias de todos os tipos de violações de direitos humanos.
Outras ações
Segundo Eliana Piola, coordenadora Especial de Políticas Públicas para Mulheres da Sedese, além da campanha, o importante é fortalecer os serviços prestados às mulheres. “Não adianta só receber as denúncias. É preciso articulação entre delegacias, defensorias e promotorias para que as mulheres recebam atendimento adequado. Para isso, estamos equipando delegacias, capacitando agentes e assistentes sociais para que eles possam dar continuidade e uma possível solução a cada denúncia recebida”, explicou.
O Governo de Minas, por meio da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para Mulheres (Cepam), também investe na construção de Centros de Referência da Mulher. Os centros prestam atendimento psicossocial e jurídico às mulheres vítimas de violência e também desenvolvem ações de qualificação profissional, para reintegração no mercado de trabalho da mulher.
Os centros estão instalados nos municípios de Poços de Caldas, Pirapora, Belo Horizonte, Uberlândia, Betim, Divinópolis, Pouso Alegre, Uberaba, Governador Valadares e Contagem. Cada um deles tem capacidade para atender, em média, 120 mulheres ao mês. Mais dois centros estão em construção, nas cidades de Jequitinhonha e Buritis e devem ser entregues à população ainda este ano.
Melhores condições
Para melhorar o atendimento nas delegacias especializadas de Minas Gerais, o Governo de Minas entregou, nessa quinta-feira (3), vários equipamentos para 41 delegacias especializadas. A iniciativa faz parte das ações do Pacto de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, do governo federal, que conta com parceria do Governo de Minas.
Foram entregues máquinas de fotocópia, computadores, máquinas digitais, televisores, filmadoras, computadores, aparelhos de fax, armários, rádios comunicadores, 37 motos e 12 automóveis Fiat Uno. O investimento foi de R$ 1,25 milhão, sendo R$ 1 milhão do governo federal e R$ 250 mil do Governo do Estado.
A data
Em 8 de março de 1.857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, como redução na carga horária, equiparação de salários com os homens e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.
A manifestação foi reprimida com violência e as mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Cerca de 130 tecelãs morreram carbonizadas. No ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o dia 8 de março passaria a ser o Dia Internacional da Mulher, em homenagem às mulheres que morreram em 1857. Somente no ano de 1975, por meio de um decreto, a data foi oficializada pela Organização das Nações Unidas (ONU).