Delegacia registra quase um caso por hora na Grande Vitória
16/01/2012 - 23h30 - Atualizado em 16/01/2012 - 23h30
A Gazeta
Rosana Figueiredo
rfigueiredo@redegazeta.com.br
No ano passado, 8,3 mil mulheres foram agredidas por seus companheiros na Grande Vitória. Isso significa cerca de 22 vítimas a cada dia, quase um caso por hora. Os números foram registrados pela Delegacia da Mulher em Vitória, Serra, Vila Velha, Cariacica e Viana.
Mas a boa notícia é que o número de agressores presos em flagrante aumentou nos últimos dois anos. Em Vitória, a quantidade de homens presos por violência contra a mulher cresceu 100% de 2010 para 2011. Em Vila Velha, a alta foi de 25%, enquanto que em Cariacica e Viana foi de 15%. O único município onde as prisões diminuíram foi na Serra.
Segundo a titular da Delegacia da Mulher de Vitória, Arminda Rodrigues, o principal motivo desse aumento foi uma mudança no procedimento de intimação dos agressores. "Antes, o homem que agredia uma mulher era intimado para comparecer à delegacia alguns dias após a agressão e isso levava tempo. Agora, em casos mais graves, assim que a mulher registra a agressão, uma equipe de policiais vai até o local e conduz o agressor à delegacia", explica.
Resultados
O aumento das prisões também diminuiu, segundo a delegada, o número de mulheres mortas. Também diminuíram os casos de mulheres constantemente espancadas. "As prisões estão inibindo alguns homens, mas é difícil afirmar que a violência contra a mulher diminuiu. O que posso afirmar é que as mulheres estão denunciando mais. Estão recebendo proteção e acreditando na lei", acredita a delegada.
No entanto, ainda é grande o número de vítimas que não denunciam seus agressores ou mulheres que registram ocorrência, mas recuam e retiram a queixa. "Muitas desistem, pois acham que o companheiro não vai ser preso, porque têm vergonha e até mesmo porque dependem financeiramente dele", completa.
Já havia tentado pedir a separação várias vezes, mas ele não aceitava. Quando falei, de uma forma mais firme, que queria me separar, ele começou as agressões. Queimou minhas roupas, meus sapatos, documentos e ainda me bateu. Também ameaçou me matar, matar minha mãe e raptar nossa filha. Quando me agrediu, me senti a pior pessoa do mundo. Não acreditava que aquilo estava acontecendo
comigo.
Perigo em casa
"Ele ameaçou me matar e raptar nossa filha"
A.25, auxiliar de enfermagem
Já havia tentado pedir a separação várias vezes, mas ele não aceitava. Quando falei, de uma forma mais firme, que queria me separar, ele começou as agressões. Queimou minhas roupas, meus sapatos, documentos e ainda me bateu. Também ameaçou me matar, matar minha mãe e raptar nossa filha. Quando me agrediu, me senti a pior pessoa do mundo. Não acreditava que aquilo estava acontecendo comigo.
Análise
O homem age de forma covarde
Para muitos homens, a violência contra a mulher não é considerada agressão. Acreditam que a mulher é propriedade do marido e que podem fazer o que querem com o que é deles. Essa violência vai desde sexo forçado até agressões com tapas e socos. Na maioria dos casos, o homem age de forma covarde, agredindo o mais fraco. Faz isso para se impor. Não conquista a mulher pelo respeito, mas por medo. Porém, a Lei Maria da Penha está ajudando bastante. As mulheres estão mudando e, cada vez mais, perdendo o medo e denunciando os casos de agressão à polícia. A mulher também está perdendo o medo de se posicionar e hoje já diz o que pensa e não permite que o companheiro ou qualquer outra pessoa a machuque.
Zenaide Monteiro, psicóloga
Agressores
180 - Prisões em flagrante
Esse foi o número de agressores presos em Vitória em 2011.
Elas foram vítimas da violência
CabeloEm 24 de agosto de 2011, uma soldadora foi agredida pelo marido, teve dois dentes quebrados e o cabelo cortado à faca na Serra.
Droga Em dezembro de 2010, uma dona de casa levou chutes e socos do marido. Ele não encontrava uma bucha de maconha e culpava a mulher por isso.
rfigueiredo@redegazeta.com.br
No ano passado, 8,3 mil mulheres foram agredidas por seus companheiros na Grande Vitória. Isso significa cerca de 22 vítimas a cada dia, quase um caso por hora. Os números foram registrados pela Delegacia da Mulher em Vitória, Serra, Vila Velha, Cariacica e Viana.
Mas a boa notícia é que o número de agressores presos em flagrante aumentou nos últimos dois anos. Em Vitória, a quantidade de homens presos por violência contra a mulher cresceu 100% de 2010 para 2011. Em Vila Velha, a alta foi de 25%, enquanto que em Cariacica e Viana foi de 15%. O único município onde as prisões diminuíram foi na Serra.
Segundo a titular da Delegacia da Mulher de Vitória, Arminda Rodrigues, o principal motivo desse aumento foi uma mudança no procedimento de intimação dos agressores. "Antes, o homem que agredia uma mulher era intimado para comparecer à delegacia alguns dias após a agressão e isso levava tempo. Agora, em casos mais graves, assim que a mulher registra a agressão, uma equipe de policiais vai até o local e conduz o agressor à delegacia", explica.
Resultados
O aumento das prisões também diminuiu, segundo a delegada, o número de mulheres mortas. Também diminuíram os casos de mulheres constantemente espancadas. "As prisões estão inibindo alguns homens, mas é difícil afirmar que a violência contra a mulher diminuiu. O que posso afirmar é que as mulheres estão denunciando mais. Estão recebendo proteção e acreditando na lei", acredita a delegada.
No entanto, ainda é grande o número de vítimas que não denunciam seus agressores ou mulheres que registram ocorrência, mas recuam e retiram a queixa. "Muitas desistem, pois acham que o companheiro não vai ser preso, porque têm vergonha e até mesmo porque dependem financeiramente dele", completa.
Já havia tentado pedir a separação várias vezes, mas ele não aceitava. Quando falei, de uma forma mais firme, que queria me separar, ele começou as agressões. Queimou minhas roupas, meus sapatos, documentos e ainda me bateu. Também ameaçou me matar, matar minha mãe e raptar nossa filha. Quando me agrediu, me senti a pior pessoa do mundo. Não acreditava que aquilo estava acontecendo
comigo.
Perigo em casa
"Ele ameaçou me matar e raptar nossa filha"
A.25, auxiliar de enfermagem
Já havia tentado pedir a separação várias vezes, mas ele não aceitava. Quando falei, de uma forma mais firme, que queria me separar, ele começou as agressões. Queimou minhas roupas, meus sapatos, documentos e ainda me bateu. Também ameaçou me matar, matar minha mãe e raptar nossa filha. Quando me agrediu, me senti a pior pessoa do mundo. Não acreditava que aquilo estava acontecendo comigo.
Análise
O homem age de forma covarde
Para muitos homens, a violência contra a mulher não é considerada agressão. Acreditam que a mulher é propriedade do marido e que podem fazer o que querem com o que é deles. Essa violência vai desde sexo forçado até agressões com tapas e socos. Na maioria dos casos, o homem age de forma covarde, agredindo o mais fraco. Faz isso para se impor. Não conquista a mulher pelo respeito, mas por medo. Porém, a Lei Maria da Penha está ajudando bastante. As mulheres estão mudando e, cada vez mais, perdendo o medo e denunciando os casos de agressão à polícia. A mulher também está perdendo o medo de se posicionar e hoje já diz o que pensa e não permite que o companheiro ou qualquer outra pessoa a machuque.
Zenaide Monteiro, psicóloga
Agressores
180 - Prisões em flagrante
Esse foi o número de agressores presos em Vitória em 2011.
Elas foram vítimas da violência
CabeloEm 24 de agosto de 2011, uma soldadora foi agredida pelo marido, teve dois dentes quebrados e o cabelo cortado à faca na Serra.
Droga Em dezembro de 2010, uma dona de casa levou chutes e socos do marido. Ele não encontrava uma bucha de maconha e culpava a mulher por isso.
Fonte: Gazeta On Line
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